Zé Celso diz que vai gastar indenização da ditadura com maconha, vinho, remédios e teatro

União indeniza diretor com R$ 596 mil e pensão vitalícia de R$ 5.000 por perseguição
Miguel Arcanjo Prado, do R7
“O dia 7 de abril de 2010 é um dia histórico!”. Foi assim que o diretor teatral José Celso Martinez Corrêa, 73 anos, definiu esta quarta-feira (7), quando recebeu o pedido de perdão do Estado brasileiro por ser vítima de perseguição durante a ditadura militar (1964-1985). 

Julia Chequer/R7Foto por Julia Chequer/R7
Veja fotos da solenidadeO presidente da Comissão da Anistia, Paulo Abrão, pede perdão a Zé Celso em nome do Estado brasileiro
Na sede do Teatro Oficina, no bairro do Bixiga, região central de São Paulo, ele recebeu por unanimidade do conselho da Comissão de Anistia Política do Ministério da Justiça indenização de R$ 596.083,33 retroativa a 5 de julho de 2001, além de pensão vitalícia de R$ 5.000, como reparação por males feitos ao artista e à sua companhia pelo Estado.
O R7 acompanhou a solenidade de julgamento do pedido de indenização feito por Zé Celso em 2001. Foi a primeira vez que uma sessão oficial do Ministério da Justiça foi realizada em um teatro. Assim que acabou a cerimônia, o R7 perguntou ao diretor o que ele pretende fazer com a quantia. Irreverente, respondeu:
- Sou uma pessoa cara. Gosto de vinho e maconha [risos]. R$ 500 mil dá para fazer muita coisa... Vou fazer muita coisa por mim, porque eu preciso me cuidar, meus remédios são caros, já que tenho problema no coração, e também vou fazer muito pelo meu teatro. É uma vitória coletiva, porque sempre trabalhei em equipe.
A cerimônia foi toda feita ao ritmo do teatro que Zé Celso pratica há 51 anos. O Hino Nacional foi cantado em vários ritmos, indo da bossa nova, ao samba-enredo, passando pelo rock. Ao ver um vídeo que relembrou os horrores da ditadura, o diretor, que chegou a ser torturado durante o regime, chorou. Mais...

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