Governo do Chile anuncia medidas de emergência; vítimas de tremor chegam a 708

A presidente do Chile, Michelle Bachelet, anunciou neste domingo medidas de emergência para ajudar as vítimas do forte terremoto que atingiu o país. Segundo o governo, 708 pessoas morreram na tragédia, que afetou 2 milhões de pessoas e deixou um número crescente, mas não divulgado, de desaparecidos.

  • Das 708 mortes registradas até agora, pelo menos 541 aconteceram na região de Maule, cerca de 300 km a sul de Santiago, cuja área costeira foi varrida por um tsunami.
    Entre as medidas anunciadas por Bachelet está a declaração de "zona de catástrofe" para as regiões de Maule e Bío Bío, onde está Concepción, segunda maior cidade do país e uma das mais atingidas pelo tremor.
    A Força Aérea do Chile vai levar suprimentos para as duas áreas e os militares vão assumir a liderança da distribuição. Produtos básicos serão entregues de graça, mas os pontos de entrega ainda terão que ser decididos.
    Um toque de recolher também foi determinado para as duas regiões. Além disso, o Exército foi enviado à Concepción para ajudar a polícia local, depois que o comércio da cidade foi alvo de saques.
    Saques
    Os moradores saquearam o supermercado Líder, da rede americana Wal-Mart. Grande parte levou alimentos e artigos de primeira necessidade, embora outros tenham aproveitado para roubar eletrodomésticos, televisores e equipamentos de som.
    AP
    Homem saqueia supermercado em Concepción
    Homem saqueia supermercado em Concepción
    Gás lacrimogêneo foi usado para dispersar os saqueadores. Depois, a própria polícia autorizou a entrada de mulheres para que pegassem comida, leite, fraldas, papel higiênico e outros produtos básicos. A confusão fez com que o presidente eleito do Chile, Sebastian Piñera, pedisse que o Exército fosse às ruas manter a ordem.
    Serviços reabertos
    Em meio às dificuldades, o país tenta voltar à normalidade. O aeroporto da capital, Santiago, foi reaberto neste domingo para voos internacionais. O local havia sido fechado no sábado, devido aos danos causados pelo terremoto.
    Autoridades também informaram que o serviço de transportes públicos está retornando ao normal. Uma linha de metrô em Santiago foi reaberta, assim como as estradas, embora os motoristas ainda precisem passar por vários desvios.
    "Infelizmente, nós, chilenos, temos experiência com terremotos", disse o embaixador do país em Londres, Rafael Moreno. "Restauramos os serviços em Santiago e a energia na maior parte do país, mas ainda está problemático em Concepción. Há água potável - um elemento crucial após um terremoto - e estamos cuidando dos feridos."
    Ele disse que as escolas, que deveriam retomar as aulas na segunda-feira, permanecerão fechadas por "outros quatro ou cinco dias".
    Resgate
    Apesar da reabertura de estradas e do aeroporto de Santiago, os grandes danos causados pelo tremor ainda estão impedindo os trabalhos das equipes de resgate e há muita dificuldade para se chegar aos que ainda estão soterrados nos escombros.
    AP
    Bombeiros trabalham no resgate às vítimas de tremor
    Grupos de resgate usam pás e marretas para tentar encontrar sobreviventes em meios aos escombros. Em Concepción, onde um prédio se partiu pela metade, 26 pessoas foram encontradas com vida.
    A dificuldade de movimentação impede que a ajuda humanitária seja entregue a muitos que precisam, como moradores da ilha de Juan Fernandez, onde cinco pessoas morreram.

    Para complicar a tarefa, após o terremoto principal, dezenas de "réplicas", ou tremores secundários, atingiram o Chile - incluindo um tremor de magnitude maior que 6 registrado neste domingo.

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