Bento XVI evita referência direta a pedofilia em mensagem de Páscoa

BBC BRASIL
O papa Bento XVI evitou fazer uma referência direta ao escândalo de pedofilia que pesa sobre a Igreja Católica em sua tradicional mensagem e bênção Urbi et Orbi (à cidade de Roma e ao mundo) neste domingo de Páscoa.

Em pronunciamento a milhares de fiéis na Praça de São Pedro, no Vaticano, o papa disse que a humanidade está sofrendo "uma profunda crise" e necessita "não apenas de retoques superficiais, mas de uma "conversão espiritual e moral". "Precisa da salvação do Evangelho para sair de uma crise profunda e pede mudanças profundas, começando pelas consciências", disse.
AP
Bento 16 celebra missa de Páscoa no Vaticano
Bento XVI celebra missa de Páscoa no Vaticano
Mais cedo, na missa da Ressurreição, o decano do Colégio de Cardeais, Angelo Sodano, disse que os fiéis não foram afetados pela "fofoca mesquinha" do momento, numa referência ao escândalo estabelecido com alegações de abuso sexual de crianças por padres e sugestões de que houve acobertamento pela hierarquia da Igreja.
Ao felicitar o papa pela Páscoa, ele disse que "todo o povo de Deus" apoia o Sumo Pontífice.
Alegações de abuso sexual por parte de padres - algumas supostamente ocorridas há décadas - surgiram recentemente em vários países, incluindo Suíça, Holanda, Áustria, Alemanha, EUA e Irlanda.
Do papa veio uma declaração genérica, afirmou o repórter da BBC no Vaticano, David Willey. "Depois da ressurreição, a Igreja sempre encontra a história cheia não apenas de alegria e esperança, mas também de dor e angústia", disse Bento XVI.
Na mensagem de Páscoa, o Sumo Pontífice orou pela paz no Oriente Médio, terra onde Jesus Cristo viveu, pelo fim do narcotráfico na América Latina e pelas vítimas dos fortes terremotos que abalaram o Haiti e o Chile. Ele rezou também pelo fim dos conflitos na África e pelos cristãos que são perseguidos por sua fé no Iraque e no Paquistão.

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