Ratinhos de laboratório do Professor Pardal

A prova do líder do BBB10, iniciada na noite de quinta-feira, coloca os sete participantes, divididos em dois grupos, dentro de duas garagens gigantes, onde são submetidos a intempéries variadas, como chuva, vento, frio e calor. Pedro Bial advertiu os candidatos que seria uma prova difícil e interativa – o público iria decidir os diferentes sofrimentos aos quais eles seriam submetidos. Tal qual “ratinhos de laboratório”, explicou o apresentador.
Como já ocorreu em outros testes do gênero no BBB, trata-se de uma ação de merchandising, destinada a apregoar as qualidades de um automóvel. O mais bem-sucedido, ou resistente, ganhará um carro de presente.
Ações deste tipo fazem parte da realidade da televisão brasileira há muito tempo. Antes do reality show global, as novelas e os programas de auditório eram o espaço privilegiado para estas promoções. O BBB, em função de contar com garotos-propaganda amadores, dispostos a tudo e sem nada a perder, tornou-se um laboratório para ações diferentes, mais ousadas e agressivas.
Nem sempre dá certo. Este ano, uma prova do líder patrocinada por uma marca de detergente submeteu os candidatos a uma chuva do produto, que causou irritação nos olhos e mal-estar. Outra prova, sob os auspícios de uma marca de refrigerante, provocou enjôo e reclamações de candidatos obrigados a beber o produto em quantidades industriais.
A imagem proposta por Bial é boa: nossos heróis, como ele gosta de dizer, são realmente ratinhos de laboratório, expostos à curiosidade e ao sadismo do público. Mas são também, e até mais, objeto da crueldade de um Professor Pardal, cujas experiências malucas às vezes funcionam como bumerangue e acertam o próprio inventor.
Por: Mauricio Stycer

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