Desacordo sobre o Afeganistão derruba governo holandês

O governo holandês anunciou sua dissolução na madrugada deste sábado após uma desavença entre os partidos da coalizão governista em relação a um pedido da Otan para a prorrogação da presença militar holandesa no Afeganistão. A aliança militar ocidental havia pedido a permanência por mais tempo da missão holandesa na província de Uruzgan, no sul do Afeganistão, onde 21 soldados holandeses já foram mortos.
Após mais de 16 horas de uma reunião que falhou em manter a unidade da coalizão de centro-esquerda no poder desde 2007, o primeiro-ministro Jan Peter Balkenende afirmou que apresentará o pedido de dissolução do governo à rainha Beatrix ainda neste sábado.

Com a renúncia, as eleições parlamentares antes previstas para março do ano que vem deverão ser antecipadas.

Aprovação no Parlamento
Dois dos três partidos que formavam a coalizão governista - a Aliança Democrata-Cristã, de Balkenende, e a minoritária União Cristã, eram favoráveis a atender o pedido da Otan para que as tropas holandesas suspendessem os planos de se retirar do Afeganistão em agosto deste ano.

Mas o Partido Trabalhista, o segundo maior da coalizão, se opôs ao pedido e decidiu se retirar do governo.

Cerca de 1.600 militares holandeses participam das forças da Otan no Afeganistão desde 2006. Sua retirada estava inicialmente prevista para 2008, mas já foi adiada uma vez.

Em outubro do ano passado, o Parlamento holandês havia aprovado uma obrigação da retirada das tropas neste ano, mas a determinação ainda não havia sido ratificada pelo governo.

O lançamento em 2001 da Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf, na sigla em inglês) para o Afeganistão foi a primeira operação em terra da Otan fora da Europa.

O secretário-geral da aliança, Anders Fogh Rasmussen, disse há seis meses, quando assumiu o cargo, que sua prioridade era a guerra no Afeganistão.

Até junho de 2009, antes do anúncio do envio de reforços pelos Estados Unidos, a Isaf contava com 61 mil militares de 42 países diferentes, incluindo Estados Unidos, Canadá, países europeus, Austrália, Jordânia e Nova Zelândia.

A maioria desse efetivo é de americanos, e no ano passado o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou o envio de mais 30 mil soldados do país para o Afeganistão.
com informações da BBC Brasil

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