Cerca de 14 milhões de latino-americanos voltam à pobreza

La Paz, 14 fev (EFE).- Cerca de 14 milhões de latino-americanos voltaram à situação de pobreza como consequência da crise econômica, segundo estimativas recentes do Banco Mundial, afirmou Felipe Jaramillo, o diretor desse organismo para a Bolívia, Equador, Peru e Venezuela, em entrevista publicada hoje pela imprensa local.

"O tema que nos preocupa muito é a pobreza. Como Banco Mundial, fiscalizamos muito e calculamos os indicadores de pobreza. Nos agrada muito ver que estávamos cerca de oito anos seguidos diminuindo a pobreza na América Latina e a crise interrompeu isso", afirmou Jaramillo ao jornal "La Razón".

Segundo o diretor regional do Banco, a América Latina retornou em 2009 aos níveis de pobreza de 2007, o que significa que foram perdidos os avanços de dois anos. Isso se deve, entre outros motivos, à impossibilidade de gerar novos empregos e inclusive em alguns casos ao aumento do desemprego, como efeito da crise.

Para Jaramillo, o desemprego subiu principalmente nos países mais afetados pela crise econômica como o México ou a região da América Central e muitas das ilhas do Caribe, enquanto afetou menos os países que puderam reagir bem à crise, sobretudo na América do Sul.

No entanto, destacou que, em linhas gerais, a América Latina pôde reagir à crise econômica graças a "grandes planos" e em casos como os do Brasil, Bolívia, Peru, Colômbia e Chile, "com transferências diretas às famílias mais pobres para evitar que possam ficar sem recursos para se alimentar".

Para solucionar esse retrocesso nos níveis de pobreza, Jaramillo defendeu "retomar o crescimento que havia desde a década de 1960".

"Fazia 40 anos que não tínhamos crescimentos em nossas economias tão altos e por isso a luta contra a pobreza avançou tanto", assegurou.

Além disso, ele defendeu uma diversificação da economia na região que "permita gerar mais emprego e que não esteja exclusivamente associado às (exportações de) matérias-primas".

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