Tempos Modernos: “uma sinopse inicial um tanto quanto… meia-boca”



Depois de atuar como colaborador de várias novelas da Rede Globo (Anjo Mau, Torre de Babel, etc.) e posteriormente na Rede Record, Bosco Brasil volta à Toda-Poderosa agora na condição de autor principal da mais nova trama das 7, que deu seu primeiro passo hoje, 11 de janeiro. E o autor não é o único estreante, surgiram também novos nomes na direção. Com supervisão de texto do já consagrado Aguinaldo Silva, e colaboração de nomes como Maria Elisa Berredo (fiel escudeira do Sr. Silva) e Patrícia Moretz-sohn (ex-Malhação) a história tem tudo para decolar e gerar bons frutos, mesmo com uma sinopse inicial um tanto quanto… “meia-boca”.
Sim, enquanto assistia ao primeiro capítulo de Tempos Modernos (Rede Globo – 19h15min) me dei por conta de que toda a inovação tecnológica proposta pela atração não consegue mudar o fato de que temos uma sinopse inicial lamentavelmente fraca, e que não apresenta grandes inovaçõs dramatúrgicas. Os 50 minutos de história foram bons… apenas bons. Porém, não há motivos para preocupações, vide sua antecessora Caras & Bocas, que com uma trama pra lá de simples conquistou um grande e cativo público.

Com um elenco estelar (o que já é normal em qualquer produção da casa), Tempos Modernos mostrou alguns atores bem afiados em seus papéis – o que era Regiane Alves e Eliani Giardini? – e outros que, embora esforçados, ainda podem ser difíceis de engolir, desculpem-me os fãs da Grazi Massafera e da Fernanda Vasconcelos, mas acho que a primeira deveria assistir à Vale Tudo e Mulheres de Areia de cabo a rabo, a fim de pegar uma essência “gloriana”. Já Fernanda, tem que ter um poster da namoradinha do Brasil Regina Duarte colado na parede de seu quarto.
A ideia mostrada pela abertura foi realmente muito boa, mas acabou não sendo devidamente explorada, podendo mostrar melhores situações rotineiras. Também deve se tomar cuidado com outros problemas, como a questão da mesmice cenográfica, uma vez que a novela tende a ser uma trama muito fechada em um único ambiente – o Condomínio Titã -, o que pode cair em desagrado do teleespectador. Outra aposta questionável é o foco no mundo do Rock, pois esse tipo de público não costuma acompanhar atrações de gênero teledramaturgico, além de existirem as velinhas conservadoras que torcem o nariz por uma mera tatuagem.

Assim, resta-nos apenas esperar um desenrolar de tramas e conflitos e torcer para que Tempos Modernos consiga manter ou até mesmo elevar a ótima audiência que recebeu de Caras & Bocas. Com certeza, assim como “Frank” estaremos todos de olho, tanto no que vai rolar em frente às câmeras como nos bastidores. Eu, porém, já fico é no aguardo da adaptação da obra do grande Cassiano Gabus Mendes, Tititi, escrita pela também grande Maria Adelaide Amaral e que substituirá estes tempos contemporâneos.

0 comentários: