União Europeia anuncia retomada de negociações com o Mercosul

Discussões estão estagnadas desde 2004.
Mercosul quer concessões agrícolas e tratamento tarifário mais vantajoso.

Do G1, em São Paulo
A Comissão Europeia afirmou nesta terça-feira (4) que vai relançar as negociações por um pacto de liberalização comercial com os países do Mercosul. As conversas entre a União Europeia e Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai começaram há mais de uma década, mas foram suspensas em 2004 em meio a divergências comerciais.
As negociações entre UE e Mercosul estão estagnadas, entre outras questões, pelas divergências no tema da agricultura, embora desde o ano passado tenha havido contatos entre as duas partes. A Comissão Europeia, órgão executivo europeu, discutiu nesta terça, em sua reunião semanal, sobre a conveniência de restabelecer esses contatos.
A Espanha, que exerce a Presidência rotativa da UE, almeja impulsionar um compromisso para concluir um tratado em um futuro próximo com o bloco sul-americano na cúpula da UE-América Latina e Caribe, que será realizada em Madri nos dias 17 e 18. Em geral, a maior parte dos comissários da UE, embora nem todos, acham que o acordo entre a UE e Mercosul pode ser beneficente pela oportunidade em setores como bens industriais e serviços.
Produtores
Mas o Mercosul pede à UE concessões em agricultura e um tratamento tarifário mais vantajoso para seus produtos, o que pode ser negativo aos produtores europeus, especialmente nos setores bovino, suíno e avícola
O setor agrícola das regiões espanholas de Cantábria, Astúrias, Múrcia, Aragão e Navarra poderiam ser prejudicados caso a União Europeia estabeleça um acordo de associação com os países do Mercosul. Se Mercosul e UE fecharem um pacto, as perdas potenciais para a agricultura comunitária oscilariam entre 3 bilhões e 5 bilhões de euros e prejudicariam várias regiões do organismo europeu, entre as quais figuram as cinco regiões autônomas citadas.
A criação de gado da Cantábria e de Astúrias seria afetada pelo maior acesso do bovino proveniente dos países do Mercosul - Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Já para as regiões de Aragão, Múrcia e Navarra seriam problemáticas as concessões nas importações de suínos.
Com informações da Reuters e da EFE

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