Médico de Michael Jackson se declara inocente e juiz o proíbe de "sedar pessoas"

Com agências internacionais
  • Conrad Murray chega ao tribunal no aeroporto de Los Angeles para julgamento sobre morte de Michael Jackson (08/02/2010)
    Conrad Murray chega ao tribunal no aeroporto de Los Angeles para julgamento sobre morte de Michael Jackso
Conrad Murray, o médico particular de Michael Jackson, se apresentou voluntariamente a um tribunal de Los Angeles, nesta segunda-feira (8), e se declarou inocente no caso da morte do cantor. O cardiologista foi acusado formalmente de homicídio culposo (sem intenção de matar) pela morte do rei do pop em 25 de junho do ano passado. Se for condenado, Murray pode pegar até quatro anos de prisão.
Durante a breve audiência, o juiz Keith L. Schwartz ordenou a apreensão do passaporte do médico de 56 anos, proibiu a administração de receitas aos pacientes e determinou a sua apresentação ao tribunal em 5 de abril. Foi fixada ainda uma fiança em 75 mil dólares, que, segundo o site TMZ, já teria sido paga.

O conselho de medicina da Califórnia pediu a revogação da licença médica do cardiologista, alegando que Murray mostrou "desprezo pelo bem-estar das pessoas confiadas a seu cuidado" e que ele seria um "perigo para o público". O juiz negou o pedido, mas proibiu Murray de prescrever anestésicos. "Eu não quero você sedando pessoas", disse Schwartz.
A sessão começou com a leitura do relatório do legista sobre a autópsia realizada em Michael Jackson, o qual apontou que o artista morreu por uma "intoxicação aguda de propofol", um potente anestésico de uso hospitalar. Segundo as análises, o cantor recebeu uma quantidade de remédio semelhante à utilizada em uma "cirurgia delicada" sem o cumprimento dos procedimentos necessários, que envolvem equipes de acompanhamento dos sinais vitais, doses precisas e equipamentos para reanimar o paciente.
Nos interrogatórios, Murray admitiu ter dado a Jackson uma série de remédios, entre estes o potente calmante de uso hospitalar propofol, para combater a insônia. O médico afirmou que Jackson consumia essa substância de forma habitual e que costumava chamar o remédio de "leite".
Os pais de Michael, Katherine e Joe, e os irmãos Tito, Jermaine e Randy assistiram à audiência no tribunal. "Eu quero justiça", disse Joe enquanto passava pelos repórteres a caminho do tribunal. Murray se apresentou de forma voluntária aos juízes pouco antes das 13h locais (19h de Brasília), entre gritos de "assassino" lançados por um pequeno grupo de fãs do cantor.

Investigação
O indiciamento veio após uma investigação de sete meses realizada pela polícia e agentes federais. Os promotores que julgaram o caso acusaram Murray de "matar, sem malícia e contra a lei" Michael Jackson. A decisão das autoridades, embora esperada, foi mal recebida pelos familiares do rei do pop. "Eles pensavam que as acusações deveriam ter sido mais sérias. Houve uma falta de consideração pela segurança da vida humana", comentou Brian Oxman, advogado de Joe Jackson.
O anúncio do indiciamento foi feito após vários dias de intensas especulações sobre Murray, no centro da investigação da Polícia de Los Angeles desde a morte do popstar. O advogado do médico, Ed Chernoff, afirmou na quinta-feira que Murray estava disposto a se entregar, antes de voltar atrás em suas declarações.
Michael Jackson morreu no dia 25 de junho aos 50 anos de idade em Los Angeles, em consequência de uma overdose de medicamentos e de uma intoxicação com o anestésico propofol. Murray admitiu ter injetado propofol no cantor poucas horas antes de sua morte, mas disse que se limitou a obedecer aos pedidos insistentes do rei do pop, que utilizava este remédio como sonífero.

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