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Separação foi sem dúvida a melhor estréia entre as três novas séries da nova grade da Rede Globo em 2010. Certamente durante a divulgação, a série foi a menos badalada e a que menos teve espaço na mídia, mas foi incomparavelmente superior a A Vida Alheia e SOS Emergência.
Os Normais é uma boa lembrança ao se pensar em Separação. Os traços do estilo de Fernanda Young, roteirista de ambas, estão todos lá. As frases curtas, despojadas de qualquer pudor, as situações estranhas, bizarras e, ao mesmo tempo comuns, e os diálogos rápidos, ágeis e cheios de violência e furor. Evidentemente contados de um jeito diferente e com um outro tom, que muda completamente o ângulo de abordagem.
O principal diferencial da série foi o narrador. Um sujeito que antecipa as situações, sempre em off, e ainda tem a coragem de zombar descaradamente dos dois protagonistas, tornando tudo ainda mais estranho e, pra variar, hilário. O narrador é exatamente o responsável por dar o tom das situações e que prepara o telespectador para as situações que virão a seguir, uma idéia muito interessante.
Débora Bloch esteve impecável nesta estréia. Soube compor sua personagem para não se aproximar demais de Vani, personagem de Fernanda Torres em Os Normais e ainda criou trejeitos com os olhares e com as viradas de cabeças que por si só já são engraçados sem parecer forçados. Vladimir Brichta, que normalmente compromete todas as cenas em que aparece, desta vez não foi mal. Não esteve sequer próximo da sua companheira, mas não chegou a atrapalhar as cenas, o que já é um começo.
Enfim, numa semana tão aguardada por todos os telespectadores em que a frustração tomou conta após a exibição de A Vida Alheia e um episódio estranho e caricata, e também com SOS Emergência e suas situações sem graça, Separação veio de forma simples, sem alarde e mostrou a todos que uma série de humor não precisa ter tiradas geniais, não precisa ter frases brilhantes, precisa apenas fazer o público rir. E a gente riu muito.
Por Daniél César (TV x TV)