O evento ocorreu no distrito industrial de Barreiras e contou com as presenças do secretário da Agricultura, Eduardo Salles, da prefeita de Barreiras, Jusmari Oliveira, do secretário de Desenvolvimento Econômico e Agronegócios, Celito Breda, do proprietário da empresa Vitamilho, Eduardo Silva, do presidente em exercício do Banco do Nordeste, Paulo Sérgio Ferraro, do coordenador regional da Adab, Pedro Mariano, do gerente regional da EBDA, Carlos Augusto Araújo, entre outras autoridades, agricultores e empresários locais.
“Essa região é abençoada por Deus porque tudo que é produzido é de qualidade e serve de exemplo para as demais regiões da Bahia. Em âmbito nacional, o milho representa 30% da área plantada com grãos, enquanto no Oeste baiano, o plantio de milho corresponde a 9%. Por isso, é importante ampliar o percentual de área plantada para equiparar aos 30% do nacional, mas esse feito só é possível com a estabilização do preço, provocado pela agroindustrialização da produção”, declarou o secretário da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, ao falar sobre a importância da Vitamilho para o município de Barreiras. Para Salles, o milho é fundamental para realizar a rotação de cultura e aumentar a produtividade.
O processo de negociação entre Prefeitura e a Vitamilho, com o apoio da Secretaria da Agricultura do Estado, para a implantação de uma fábrica em Barreiras, não demorou. O sonho virou realidade durante a 28ª Expobarreiras, quando foi assinado o protocolo de intenções entre a indústria e o poder público. Agora, a aliança firmada se materializa com o início das obras de construção, que serão executadas numa área de 120 mil metros quadrados no distrito industrial do município e contará com o investimento de R$ 40 milhões de reais aplicados na fábrica. “A região já precisava muito de uma empresa como essa. Esse sonho só se materializou porque unirmos forças com o Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria da Agricultura, além de parceiros do BNB”, finalizou. O presidente da Vitamilho, Eduardo Silva, acredita que a vinda da fábrica para o produtor de milho é uma grata oportunidade de ter uma empresa focada na região, que é rica em milho.
De acordo o presidente do Centro das Indústrias do Oeste da Bahia, Pedro Tassi, a instalação da Vitamilho anima os produtores da região. “Para nós empresários, a fábrica da Vitamilho vai fazer a diferença por se tratar de uma empresa nacional de peso”, concluiu satisfeito.
A capacidade total de processamento corresponde a 216 mil toneladas/ano de milho in-natura e 3.600 toneladas/ano de arroz. A estimativa é que sejam gerados 220 postos de trabalho e mais de mil empregos diretos e indiretos na região.
A principal atividade da Campo Brasil é a produção e comercialização de canjicas de milho para a indústria de pipocas, salgadinhos e outros alimentos à base de milho, farinhas e flocão para consumo humano, ração e farelo de milho para consumo animal e processamento de arroz para produção de flocão de arroz. A matéria-prima será toda da própria região, o que viabiliza o negócio, tornando mais acessível o preço dos produtos para a indústria, além de oferecer novas oportunidades de emprego para habitantes da região.
Segundo informou o presidente interino do BNB, Paulo Sérgio Ferraro, as oportunidades do negócio na região transparecem o orgulho do cidadão do Oeste baiano em produzir o milho e não mais desejar mudar-se para metrópoles como São Paulo, por ter a condição de industrializar a própria matéria-prima do local. Para o superintendente do Banco do Nordeste, Nilo Meira Filho, a região do Oeste baiano, com destaque para a região de Barreiras, representa muito a força da economia do município.
“Enxergamos como importância vital para a economia regional o desenvolvimento da matriz agrícola do milho, no quesito de geração de emprego e renda e para despontar a região como potencial de produção da cultura do milho na região”, disse o gerente regional da Edba, Carlos Augusto Araújo, enfatizando a assistência técnica e aperfeiçoamento desses produtores da agricultura familiar.
A fábrica da Vitamilho vai processar o equivalente a 15% da produção do milho baiano, que alcançou na safra 2010 a marca aproximada de 1,5 milhão de toneladas. A recém inaugurada fábrica da Coringa, em Luis Eduardo Magalhães vai processar 300 mil toneladas/ano, o equivalente a 20% da produção.
As duas empresas juntas, portanto, vão processar em torno de 35% do milho do Estado, o que aponta para a necessidade de triplicar a produção, considerando-se o estudo que está sendo finalizado pela Fundação Getúlio Vargas para indicar os melhores caminhos para a oferta de incentivos fiscais e assim atrair novas indústrias para agregar valor ao milho, ao algodão e à soja.
Além do aspecto econômico, a cultura do milho é extremamente importante para o Oeste baiano, em termos agronômicos, como opção para rotação de culturas. A região é responsável por mais de 50% de todo o milho produzido no estado e abastece tanto as granjas de aves e suínos, como a indústria alimentícia do Nordeste do país. Além disso, a Secretaria da Agricultura do Estado trabalha também para estimular a avicultura e a suinocultura na região, ampliando dessa forma, a demanda por milho.
A Fundação Bahia, em parceria com as empresas fornecedoras de semente de milho na região, desenvolve, a cada safra, estudos que avaliam o desempenho dos diferentes híbridos comerciais, além de aspectos relacionados à adubação e controle de doenças. Os resultados são divulgados em publicações e dias de campo, que permitem maior segurança ao produtor na tomada de suas decisões. O coordenador regional da Adab, Pedro Mariano, considera esse momento importante porque existe uma produção suficiente de milho na região que vai atender a uma demanda decorrente da industrialização.
Quando os produtores alcançam bons índices de produtividade, como nesta safra, o mercado opera com expectativa de forte pressão de oferta. Esta pressão, aliada a um déficit de estrutura de armazenagem, tem como efeito imediato a redução dos preços praticados pelo mercado.
Em momentos como este, a renda do produtor fica condicionada à intervenção governamental, com instrumentos de garantia de sustentação da renda mínima, através de uma política de financiamento da comercialização.
Milho em números - A Bahia ocupa posição estratégica no abastecimento de milho no Nordeste, uma vez que, os demais estados da região são consumidores do produto, principalmente Pernambuco e Ceará, que têm uma produção de aves significativa, mas uma produção do cereal deficitária. Pela localização geográfica, o milho baiano torna-se menos oneroso para avicultores desses estados, pela redução dos custos com fretes. Assim, para a safra 2009/2010 no Oeste, a colheita do milho na região será de 1,47 milhão de toneladas.
A região Oeste da Bahia tem crescido economicamente em função da exploração agropecuária e agroindustrial, cuja intensificação iniciou na década de 80, mas registra taxas acima das contabilizadas pelo Brasil, desde o início dos anos 90. O agronegócio tem servido de base para esse desenvolvimento, em especial, o segmento produtor de grãos.
O Oeste da Bahia, até a década de 1970, caracterizava-se por um modelo de agricultura de subsistência baseado nas culturas de milho, feijão e arroz, ao lado de uma pecuária extensiva. A partir da década de 80, com a implantação e expansão da sojicultura, a região ganha uma nova dinâmica de desenvolvimento, inserindo-se de forma progressiva e competitiva na estrutura produtiva estadual e nacional, notabilizando-se como principal área produtora de grãos do Nordeste brasileiro, com a consolidação não só da cultura da soja, como do milho, do arroz, do feijão e, mais recentemente, do algodão e do café de qualidade.
As condições edafoclimáticas favoráveis, os recursos tecnológicos modernos, o avanço dos sistemas de irrigação, a mecanização das lavouras e a utilização de sementes desenvolvidas, especificamente para as condições do cerrado e, principalmente, a um arrojado programa de infra-estrutura viária, adequado possibilitaram a expansão da agricultura no Oeste baiano.
informações da SEAGRI
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