OS DOADORES DE JUSMARI TEREZINHA

De acordo com os processos nº 1191 e 1192/2009, que tratam da prestação de contas da campanha da prefeita eleita de Barreiras, e que determinou sua última cassação, Everaldo França Galvão Junior (Juca), então chefe de gabinete da deputada Jusmari Terezinha, e hoje secretário municipal da saúde de Barreiras, contribuiu para a campanha eleitoral de Jusmari com R$ 85.464,90.  De acordo com a função exercida por Juca, o Juiz Eleitoral Eustáquio Ribeiro Boaventura, acredita que o mesmo doou um valor equivalente a tudo que recebeu em 2007.
A esposa do secretário de saúde, Janzia Gomes Galvão, que não teve qualquer renda declarada oficialmente em 2007, entrou com 7 mil reais para a campanha. Pedrita Martha Galvão, mãe de Juca, que poderia doar apenas R$ 7.479,70, ajudou Jusmari com 15 mil reais. O pai do secretário, Everaldo França Galvão, também participou do ato de solidariedade, e creditou 6 mil reais nos cofres  da campanha, porém, o limite permitido para doação, que é de 10% de toda renda anual de cada cidadão, foi extrapolado por “Galvão pai” em 145%.
Izolda Leite Pereira Maia, funcionária pública, contribuiu com R$ 34.109,04 à campanha da prefeita eleita, valor que segundo comprovação anexada ao processo,  se sobrepôs em mais de 700% ao total permitido à professora.
João Francisco de Souza, servidor da câmara federal, que recebeu em 2007, R$ 14.305,63 de salário, doou nada mais nada menos, que 20 mil reais. Cristiano Santos Nascimento, presidente da União dos Estudantes do Brasil – UEB, e também funcionário da câmara federal, doou 7 mil reais, mas, só poderia fazer R$ 2.554,42.  Já, Silvio Netto das Neves, que não declarou imposto de renda entre os anos de 2006 e 2007, e somente fez a regularização do seu CPF apenas em 2008, doou 26 mil reais. Segundo os processos, João “não possui fonte legitima conhecida de recursos”.   
Também há algumas empresas apontadas como doadoras, tais como, a Companhia Colina Paulista S/A, que doou 50 mil reais, e que aparece nos processos com um prejuízo financeiro de quase 9 milhões de reais em 2007 em suas contas, mas que mesmo assim, contribuiu com a candidata Jusmari.
Outra empresa, a JG Assessoria Empresarial e Municipal Ltda, de propriedade de Everaldo França Galvão Junior e Janzia Gomes Galvão, que fez uma doação de 25 mil reais, não juntou aos autos a Declaração de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica, ou qualquer outro documento que possa indicar o seu faturamento bruto em 2007, ano anterior as eleições municipais.

Sobre sua decisão o Juiz Eleitoral afirmou, “Todas as irregularidades foram praticadas sob a supervisão da candidata. Ninguém vai acreditar que ela não sabia de nada, que anda muito em voga. Se fossem doadores quaisquer, realmente não se poderia presumir a participação da burgomestra. Mas o Sr. Everaldo França Galvão Junior, João Francisco de Souza e Cristiano dos Santos Nascimento eram assessores parlamentares da Srª. Jusmari de Souza, e o primeiro, administrador financeiro de sua campanha, e praticamente todos os outros tinham algum parentesco ou interesses próximos do grupo”. Sentenciou o meritíssimo.  
Num trecho do processo o Juiz Eustáquio Ribeiro Boaventura, cita o jurista Rui Barbosa, “O bom ladrão salvou-se. Mas não há salvação para o juiz covarde”.

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