
Tenho acompanhado o sofrimento das pessoas que estão sendo castigadas pelas chuvas que tem caído em todo o Brasil. Quando vejo os lamentos de pais, mães e crianças fico profundamente emocionado porque me lembro do drama que eu, e minha família passávamos quando, ainda na minha infância, morávamos ao lado de um rio que frequentemente transbordava.
Eu nasci e morei até os 10 anos de idade na esquina da Alameda Gabriel Monteiro da Silva com Rua Carolina, no Jardim Paulistano, próximo a atual Avenida Faria Lima. Naquele tempo ao lado do imóvel alugado que hoje serve de loja comercial, passava um rio que posteriormente foi canalizado. Era um córrego largo, feio, esgoto a céu aberto mesmo. Quando vinham as tempestades, o rio enchia muito e lembro de minha mãe desesperada, correndo atrás dos poucos móveis que tínhamos, tentando levantá-los para que não se molhassem, pois quando o córrego transbordava, o estrago era certo. Uma enchente chegou a derrubar o muro da casa onde morávamos, e segundo minha mãe, meu irmão repousava sobre a cama, que flutuava em direção ao rio e por pouco ele escapou da morte prematura.
Após as enchentes, todos ajudavam a lavar a casa que, infestada de lama, cheirava muito mal.
Por esta razão fico agoniado quando vejo que, apesar de passados 40 anos, as cenas se repetem. Quando será que nosso povo vai ter mais dignidade e respeito por parte das nossas autoridades?

Por esta razão fico agoniado quando vejo que, apesar de passados 40 anos, as cenas se repetem. Quando será que nosso povo vai ter mais dignidade e respeito por parte das nossas autoridades?
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