Clima e incidentes variados prejudicam os Jogos de Vancouver

http://esporte.ig.com.br/images/283/32/32/7503760.vancouver_ig_esporte_224_299.jpgVolta e meia algo tem saído fora do script, causando atrasos, adiamentos e cancelamentos de provas e

irritando profundamente atletas e treinadores

  Nada aparece funcionar dentro do esperado nos Jogos Olímpicos de Inverno de Vancouver. Quando não é clima, é o caldeirão. Ou o feno. Ou a máquina de gelo na pista de patinação. Ou a torneira na pista de luge. Volta e meia algo tem saído fora do script, causando atrasos, adiamentos e cancelamentos de provas. Sem falar na morte de um atleta de luge da Geórgia, logo no primeiro dia de competições.
Para se ter uma ideia da situação, os organizadores foram obrigados a reembolsar 28 mil mil tickets para as provas de snowboard, porque os fãs que deveriam assistir às provas em pé estavam simplesmente escorregando entre fardos de feno, após o derretimento do gelo em alguns locais ao redor da pista.
Mas isso não é tudo. Na terça-feira, uma torneira disparou acidentalmente, jorrando água na pista de luge. Um competidor alemão teve de adiar sua largada por dois minutos, antes de deslizar para o bronze.
Para completar, o clima definitivamente não está cooperando com a organização. Durante semanas antes dos jogos, o tempo esteve úmido e quente. A Montanha Cypress ficou com níveis reduzidos de neve, o que atrapalhou os tempos dos atletas no esqui. Já no complexo de Whistler, provas de esqui alpino foram adiadas devido a fortes chuvas e nevascas. Na noite de segunda-feira, por exemplo, uma tempestade de neve atingiu a cidade, provocando o adiamento da prova de esqui masculino.
O fantasma de Atlanta
Nos últimos dias, os organizadores vêm sendo bombardeados com perguntas sobre todos os contratempos. Para alguns, os jogos poderão ser tão decepcionantes como os jogos de Atlanta, em 1996. O evento, sobre o qual reinava grande expectativa, em função do grande valor investido, foi recheado de problemas em relação à infraestrutura. Na área de transportes, foram registrados engarrafamentos gigantescos, prejudicando a locomoção dos atletas. Além disso, os Jogos de Inverno foram assolados, ironicamente, por uma forte onda de calor. E, como se não bastasse, um atentado a bomba resultou na morte de duas pessoas e ferimentos em outras mais de cem pessoas.
Para o porta-voz do COI (Comitê Olímpico Internacional), Mark Adams, os problemas registrados neste ano em Vancouver não comprometem o sucesso dos Jogos. “Nós continuamos impressionados com o nível da organização”.
O bombardeio dos críticos, porém, não cessa. Em entrevista, um repórter canadense perguntou aos organizadores por que a chama olímpica havia sido escondida atrás de uma espécie de muro prisional, que impede o público de enxergar, se aproximar e fotografar o símbolo dos Jogos. Um jornal chegou a fazer uma alusão a outra cidade olímpica, Berlim, dividida por um muro gigantesco por décadas depois da Segunda Guerra. “Derrubem este muro!”, chegou a pedir o veículo em suas páginas.
Em resposta, o muro foi derrubado, sendo substituído por um menor, mais próximo da chama. A nova edificação tem brechas que permitem que os visitantes possam ao menos fotografar a chama – já que se aproximar ainda deverá ser um desejo impossível.
“Por quê temos esta incompetência?”
Apesar de algumas coisas começarem a ser revistas, os problemas seguem assolando os competidores. Na terça-feira, máquinas foram usadas para retirar o acúmulo de lama e poças de água na superfície na pista speedskating. Alguns atletas do biatlo tiveram seus tempos prejudicados. Uma sueca ficou parada na largada durante 14 segundos.
Os incidentes causaram a irritação dos atletas e seus treinadores. “É constrangedor. Por que temos esta incompetência?”, reclamou Norbert Baier, delegado técnico da União Internacional de Biatlo. Thomas Vonn, marido e treinador de Lindsey Vonn, uma favorita a várias medalhas, foi ainda mais incisivo. “Está ficando ridículo, com certeza”, criticou. A sentença máxima, porém, veio de Patrick Riml, treinador da equipe canadense de esqui alpino feminina. “Em uma escala de 1 a 10, com o 10 para os piores, esta (edição do Jogos) é a 10, com certeza.”

* Com AP

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